30 de abr. de 2010

Desejo


Saudade de ficar assim quietinha, só gostando de olhar e deixando o pensamento ir pra lá e pra cá junto com as ondas.

(ST)

29 de abr. de 2010

Alegria, alegria (2)


Na bicicleta da Carolina, no "Landau cinza" do Konstantino e nas mil e uma histórias que os pequenos do Colégio Pentágono do Morumbi me contaram num dia de sol risonho como o desses dois desenhos.

(ST)

28 de abr. de 2010

Hoje

O sonho da noite acordou comigo, me seguiu até o banheiro e apareceu no espelho um instantinho antes de desmanchar com a espuma da pasta de dente. Certos sonhos são assim: deixam só um gosto de menta na boca da gente.

(ST)

27 de abr. de 2010

Alegria, alegria


Esta semana vou visitar as três unidades do Colégio Pentágono, em São Paulo, e conhecer os pequenos que leram o "Como Começa". Logo na primeira visita ganhei um presentão, dezenas de desenhos lindos mostrando que a alegria deles começa no jogo de futebol, dentro da piscina, na hora de passear com o cachorro ou quando os melhores amigos estão por perto, como nesse desenho do Eduardo, de 6 anos.

(ST)

26 de abr. de 2010

Esforço

A menina prende tudo na garganta
Depois aperta bem apertado
Faz um, dois, três nós
Esquece que os olhos não precisam de voz
E a lágrima logo vira palavra urgente
Feita de letra transparente

(ST)

22 de abr. de 2010

Outro dicionário

Tem dias que acordo com uma palavra na cabeça. A de hoje é "mistério". Como sempre faço, esperei um tempo pra ver o que ela queria me contar. Mas o mistério não encaixou em nenhuma frase, não soprou uma história e nem se revelou em poesia. Continuou sendo mistério enquanto eu tomava banho, depois mudou o gosto do café, apareceu dançando no meio da página do jornal, só uma palavra se dizendo, clara e forte. Hoje foi assim: a palavra mistério me contou tudo sobre ela mesma.

(ST)

20 de abr. de 2010

A casa do dragão


O nome é difícil (alguém consegue pronunciar "Eyjafjallajoekull"?) e pelo estrago que anda fazendo dá pra imaginar que o temperamento dele também deve ser. Pra ver direitinho a cara do dragão islandês é só clicar em cima da foto.

16 de abr. de 2010

15 de abr. de 2010

Com as abelhinhas


Aceitei o convite da psicopedagoga Rebeca Lescher pra conversar com a turma do Grêmio da Colmeia, uma espécie de "avó" das ongs, fundada em 1942 por um grupo de educadores e assistentes sociais aqui de São Paulo. Desde essa época, crianças e jovens da região se encontram ali, depois da escola, pra participar de várias atividades. Eu fui a "atividade" de ontem, num encontro muito gostoso com todo mundo na biblioteca. Na hora da foto metade da turma já tinha saído -- ficaram os mais perguntadores, como o Erick, de 9 anos, fã de histórias da mitologia grega, que aparece aí, sentadinho bem na minha frente.
Dia 28, volto pra me lambuzar com o mel da turma da manhã.

(ST)

13 de abr. de 2010

Imã

Até o céu para pra olhar quando ela tira a roupa e aparece inteirinha, sem cortina de nuvem, sem medo da noite, tão nua e tão lua.

(ST)

12 de abr. de 2010

Adolescência


Encontrei essa imagem por acaso, coincidindo com o final do trabalho mais gostoso e difícil dos últimos meses, que me fez voar com muitos adolescentes-borboletas.

(ST)

9 de abr. de 2010

Outras palavras

Está tudo lá: nos olhos, e também no jeito de segurar o livro, no sorriso fora de hora, no cabelo preso com elástico apertado demais. A menina não diz, mas seu segredo fala.

(ST)

8 de abr. de 2010

O mundo do menino

Quando ele espalha os brinquedos pelo chão, a alegria é tão grande que não cabe no quarto. Avança pela porta, também vai se espalhando por todos os cantos da casa, como um cheiro bom e quente de bolo assando no forno.

(ST)

7 de abr. de 2010

Será que eles contam pulinhos?


Gerhard Glück desenhou esses carneiros com cara de sono no cartão que a Carla Caruso me mandou lá de Bolonha. Fui xeretar e vi um monte de imagens bacanas desse e de outros artistas no Inkognito.

(ST)

Porque tudo acontece ao mesmo tempo


O antes, o durante e o depois se encontraram na foto do querido Luca Paiva Mello.

(ST)

5 de abr. de 2010

Fim do mistério


Depois que comecei a colocar mamão e banana no parapeito, minha janela virou um drive-thru concorrido. Agora são tantos passarinhos o tempo todo que já não sei mais quem é quem. Mas acho que esse é o tal, o grandão que vinha todo dia, mesmo sem lanche. Hoje cedo ele passou um tempão degustando, deu pra fotografar e escolher a melhor pose -- é um sabiá, né? Pra quem não acompanhou a história do rouxinol, é só clicar aqui, aqui e mais aqui.

(ST)

4 de abr. de 2010

Poxa!

Faz quase três anos que comecei este blog e continuo me surpreendendo com as coisas que ele proporciona. Pra mim, é uma espécie de laboratório, um lugar pra juntar palavras em posts-tubinhos de ensaio que, às vezes, provocam reações interessantes em mim e também em que lê. Sempre é gostoso encontrar um comentário e ver como alguns posts saem daqui e seguem passeando de bicicleta por muitos outros blogs, como o do jornalista e professor mineiro Márcio Almeida Jr. Por causa dele, meu passeio de hoje virou uma egotrip.

(ST)

1 de abr. de 2010

1º de abril

Sinto saudades da minha mãe todos os dias. Hoje não é mais aquela saudade dolorida, porque o tempo tem esse poder meio mágico de decantar as coisas -- a dor vai descendo e encontra um canto pra morar no fundo do coração da gente. É só não remexer muito que a dor fica lá, quietinha, não se mistura com as lembranças gostosas. Essas, pelo contrário, ficam cada vez mais cristalinas. A saudade que sinto dela é assim: como se fosse uma presença transparente que está sempre por perto. Faz parte, vive comigo e isso é bom de sentir.
Mas também tem o tempo do calendário marcando os dias em que a falta fica mais presente ainda. Os aniversários, as datas disso e daquilo, e o dia 1º de abril. Acho que ela já começava a pensar na peça que ia pregar na gente uns dias antes. Ela ligava cedinho com a novidade. Era sempre uma bobagem, um boato, uma mentirinha qualquer. Toda vez eu caía na conversinha dela e depois ficava me sentindo a mais boboca das bobocas quando ela vinha com a história do 1º de abril. Ela pegava todo mundo -- minha irmã, os netos, nesse dia era mais criança do que eles.
No dia da mentira parece que a minha saudade fica ainda mais de verdade.

(ST)